segunda-feira, 5 de julho de 2010

GEOGRAFIA DO CHILE

O País
O Chile é, indubitavelmente, o país da América Latina que possui os melhores vinhos tintos elaborados com a uva Cabernet Sauvignon, alguns dos quais colocados pelos especialistas entre os melhores do mundo. Os vinhos tintos de outras uvas, especialmente a Merlot, melhoram a cada dia e alguns também já se destacam mundialmente. Os vinhos brancos, particularmente os elaborados com as uvas Chardonnay e os Sauvignon Blanc, fracos até cerca de uma década atrás, melhoraram substancialmente.

Uma das peculiaridades do Chile é o fato de não ter sido vítima da praga Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos do mundo, devido à sua condição geo-climática, protegido pelo Oceano Pacífico à oeste e pela Cordilheira dos Andes à leste. Desse modo as parreiras chilenas são da espécie européia (Vitis vinifera) plantadas em "pé-franco", isto é, plantadas diretamente no solo, sem necessidade de enxertá-las sobre raízes de espécies americanas, resistentes à Phylloxera.

Outra delas foi a descoberta de mudas da variedade Carmenère nos vinhedos de Merlot. Essa uva foi julgada extinta quando a Phylloxera dizimou os vinhedos europeus e como que renasceu no Chile. Atualmente a Carmenère é a variedade emblemática do Chile, da qual se produzem varietais e também diversos cortes em vinhos Top.

Outras variedades que têm crescido no Chile são a Syrah, bem adaptada, com bons resultados em diversos vales e a Pinot Noir, surpreendendo com ótima tipicidade em sub-regiões mais frias

Regiões
Chile possui as seguintes regiões vinícolas:

Valle de Bio-Bio DO

Valle de Casablanca DO

Valle de Colchagua DO

Valle de Curicó DO

Valle de Leyda DO

Valle de San Antonio DO

Valle del Aconcagua DO

Valle del Cachapoal DO

Valle del Elqui DO

Valle del Itata DO

Valle del Limari DO

Valle del Maipo DO

Valle del Malleco DO
Valle del Maule DO

Características Geo-climáticas

Características Geo-climáticas.


Diagrama do relevo do terroir chileno.

O Chile é um país com um território estreito, de 177 km de largura em média e 4300 km de comprimento. A vinicultura se desenvolve na parte central do território, numa extensão de 1.100 km.
Situado longitudinalmente entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano pacífico, sua topografia particular cria vários climas diferentes influenciados pelo mar. Entretanto, no planalto central a serra costeira determina um clima mediterrâneo com verões quentes, pouca chuva e baixa umidade.
Estas características formam um excelente ambiente para o cultivo de uvas. Além disso, a barreira formada pelos Andes impede o acesso de pragas tão danosas como a famosa Philloxera, permitindo o crescimento de parreiras sem enxertia, diferente do que hoje se tornou obrigatório no resto do mundo.


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História
Na segunda viagem de Colombo para a América, em 1493, mudas de parreiras foram trazidas e rapidamente espalhadas pelo continente. Foram levadas para o Peru e depois para o Chile em 1548, pelos monges Bartolomeu de Terrazas e Franciso de Carabantes respectivamente. Do Chile foram introduzidas em Santiago Del Estero e Mendoza, assim iniciando a produção de vinhos na Argentina.
As primeiras safras chilenas aconteceram em Santiago e produziram pequenas quantidades de vinho para uso particular e para rituais religiosos. Alguns anos depois, Francisco de Aguirre conduziu a maior colheita em Copiapó, impulsionando uma atividade que perduraria pelos séculos seguintes, gerando um método de produção tradicional e um comércio local. Durante o período colonial, a colheita da uva foi a mais importante atividade agrícola onde homens, mulheres e crianças trabalhavam juntos na produção do vinho.
Três séculos após as uvas terem sido introduzidas no Chile, o verdadeiro potencial vinícola do local foi descoberto. A Independência do país abriu caminhos para novos mercados, que influenciaram a indústria vinícola chilena com novas tecnologias, vinhedos melhorados e maior qualidade na colheita. Uma das grandes mudanças aconteceu em meados do século XIX, com a criação de novas vinícolas como Carmen, Errazuriz Panquehue, San Pedro, Cousiño Macul e Concha y Toro. Durante o processo de modernização as variedades Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Pinot Noir foram importadas.
Somente em 1990, quase um século depois, as vinícolas chilenas empreenderam uma nova ênfase na produção, criando vinhos premium aclamados internacionalmente

quinta-feira, 1 de julho de 2010

História do Chile




A História do Chile divide-se comumente em doze períodos históricos que cobrem o intervalo de tempo compreendido entre o começo do povoamento humano no atual território chileno (c. 10500 a.C.) até os dias atuais.

De acordo com a teoria da passagem do Homem pelo Estreito de Bering através da ponte de Beríngia, durante a última glaciação conhecida com o nome de Würm pelos europeus e Wisconsin pelos americanos, o Chile – localizado na parte mais meridional da América do Sul e na zona ocidental da mesma, sobre o oceano Pacífico – foi a última região da América a ser ocupada.

A glaciação Wurm-Wisconsin durou cerca de cinquenta mil anos. Segundo os cientistas, a Ponte Terrestre de Bering teve condições de ser transitada durante quatro mil anos na primeira fase e quinze mil anos na segunda. A partir de então, o homem foi andando para o sul, até chegar ao atual território chileno.

Chile pré-hispânico
O território atual do Chile, o menos povoado de todo o continente americano, foi habitado por diversos grupos indígenas antes da chegada espanhola. No início, estes estavam organizados em grupos tribais nômades, o que se conhece por sociedade primitiva, evoluindo logo após sua chegada para sociedades aldeãs sedentárias. Os restos arqueológicos mais antigos do país foram encontrados em Monteverde, próximo a Puerto Montt e datam de cerca de 10.500 ac. Alguns restos encontrados na cova Fell, um sítio arqueológico na Terra do Fogo (região mais austral do país), indicam que a presença humana remonta de cerca de 7.000 a.C..

As mudanças climáticas do 6º milênio antes de Cristo alteraram drasticamente os costumes dos paleoindígenas chilenos que tiveram que se adaptar a um novo contratempo: a formação do deserto de Atacama, ocasionando o desaparecimento de muitas espécies, e o oceano Pacífico delimitando as atuais costas marítimas. Estes indígenas tiveram que se adaptar a um clima muito mais quente do que estavam acostumados, motivo pelo qual muitos se deslocaram do norte para o litoral e o vale central. Assim, se formaram os principais grupos indígenos chilenos: atacamenses e aimaras na porção mais setentrional; diaguitas um pouco mais ao sul; os changos na costa setentrional; a grande família dos mapuches no vale central até o seno de Reloncaví e os tehuelches, chonos, alacalufes, onas e yámanas na Patagônia.

De alguns milhares de paleoíndios existentes em VII a. C., a população aumentou até cerca de 1.200.00 indígenas no século XV. Durante o século XV a cultura dos povos indígenas foi influenciada pela expansão do império Inca sobre o norte do atual território chileno, iniciando com o Sapa (Imperador) Inca Pachacútec, e foi culminada sob a direção dos Sapas Incas Túpac Yupanqui e Huayna Cápac. Estes últimos avançaram até o sul subjugando a povos aimaras, atacamenses, diaguitas e picunches; não conseguindo derrotar as tribos mapuches, estabeleceram finalmente a fronteira meridional do Império Inca ao norte do rio Maule.

[editar] Descobrimento
O primeiro europeu a reconhecer o território chileno foi o português Fernão de Magalhães, na sua tentativa de circunavegação do planeta sob as ordens de Carlos I, Rei da Espanha.

Após zarpar de Sanlúcar de Barrameda em 26 de Setembro de 1519, e de reconhecer grande parte do litoral brasileiro e argentino, Magalhães descobriu o estreito que liga o Pacífico ao oceano Atlântico, em 1 de Novembro de 1520, data que a historiografia chilena considera como a do descobrimento do território do país. Em um primeiro momento, Magalhães nomeou o local de Estreito de Todos os Santos, tendo posteriormente levado o seu nome.


Diego de Almagro, pioneiro na exploração do território chileno.O primeiro explorador de grande parte do território chileno foi Diego de Almagro, sócio de Francisco Pizarro na conquista do Peru. As disputas que teve com Pizarro pela divisão das riquezas do destruído império Inca levaram-no a se aventurar nas terras do sul. Almagro partiu de Cuzco em julho de 1535. Muitos historiadores acreditam que uma das razões da viagem de Almagro eram os rumores da existência de um reino muito mais rico que o Inca ao sul, o qual poderia haver surgido de forma intencionada como forma de debilitar as investidas conquistadoras e assim permitir uma rebelião nativa.

Após percorrer o caminho do Inca (cruzando territórios correspondentes às atuais Bolívia e norte da Argentina), Almagro realizou a travessia da cordilheira dos Andes com terríveis resultados: grande parte de sua comitiva morreu durante a travessia devido à hipotermia. Após mais de nove meses, Almagro finalmente chegou ao vale de Copiapó, em 21 de março de 1536.

Almagro organizou o reconhecimento de sua governância denominada Nova Toledo (como havia sido chamado o território cedido ao conquistador por parte do monarca espanhol), sem encontrar as riquezas que tanto buscava. Um enfrentamento em Reinohuelén entre os indígenas e uma das patrulhas é considerado a primeira batalha da denominada Guerra de Arauco. Decepcionado e cansado da desastrosa viagem decide voltar ao Peru, em 1536, tomando a rota de Arequipa até Cuzco, onde se rebela contra Pizarro.
Dominação Espanhola
[editar] A Conquista
Em 1540, Pedro de Valdivia levou a cabo uma segunda expedição, com a qual se iniciou o período da conquista. Ao contrário de Diego de Almagro, tomou a rota do Deserto de Atacama.

Ao chegar ao vale de Copiapó, torna solene possessão do território, em nome do rei da Espanha e a nomeia Nova Extremadura, em homenagem à sua terra natal. Renova a marcha até o vale do Aconcágua, onde o cacique Michimalongo tentou o deter sem êxito. Em poucos meses Valdívia foi proclamado pelo cabildo como Governador e Capitão Geral da Nova Extremadura. Inicialmente rechaçou a idéia, porém aceita o cargo em 11 de junho de 1541.


Pedro de ValdiviaNesta primeira etapa lutou contra os indígenas do norte do país, tentando consolidar a dominação espanhola naqueles territórios; quando dispôs de mais tropas iniciou a ocupação dos territórios situados mais ao sul. Também iniciou a fundação de outras cidades: La Serena (1544), Concepción (1550), La Imperial (1552), Valdivia (1552), Villarrica e Los Confines (1553).

Em 1553 o país parecia definitivamente pacificado, mas os mapuches, dirigidos por Lautaro e Caupolicán iniciaram uma insurreição, e Valdívia perdeu a vida em um dos combates. O novo governador, García Hurtado de Mendoza y Manríquez (1557), posterior vice-rei do Peru (1589-1596), reconstruiu as cidades destruídas, mas não teve sucesso em vencer a resistência dos indígenas.

Cabe destacar que em 1557 desembarcou no Chile, junto com o novo governador, seu amigo de infância, o poeta-soldado Alonso de Ercilla y Zúniga, que inspirado em toda essa sangrenta epopeia viria a ser o autor da primeira grande poesia épica americana : "La Araucana", onde retrata o heroísmo e tenacidade dos mapuches (araucanos) na defesa de suas terras, e "apresenta" o próprio Chile ao mundo, em verso heróico.

"La Araucana" viria ser reconhecida por Miguel de Cervantes, no inmortal "Dom Quixote", como uma das maiores obras escritas em verso heróico castelhano.

No governo de Rodrigo de Quiroga, em 16 de dezembro de 1575, um terremoto acompanhado de um tsunami assolou a região sul, destruindo as cidades de La Imperial, Villarrica, Valdivia e Castro. Estudos recentes calculam, a partir de descrições do fenômeno e danos produzidos, uma magnitude perto de 8,5 graus na escala Richter.

Em 1598 os mapuches se revoltam novamente e se produz o "desastre de Curalaba", que quase acaba com a tentativa de colonização do Chile. As cidades ao sul do rio Biobío são destruídas, exceto Castro. Após sucessivos combates da Guerra do Arauco, se estabelece uma fronteira tácita entre a colônia espanhola e as terras sob dominação mapuche no rio Biobío, de onde se iniciaram depois perigosas revoltas.

PRESIDENTE


Verónica Michelle Bachelet Jeria (Santiago, 29 de setembro de 1951) é uma médica e política chilena. Foi presidente da República do Chile, e, desde 23 de maio de 2008, é também presidente da União de Nações Sul-Americanas.

Membro do Partido Socialista do Chile, ocupou o lugar de ministra da Saúde no governo de Ricardo Lagos, entre 2000 e 2002, e posteriormente o cargo de Ministra da Defesa, tendo sido a primeira mulher a exercer este cargo na América Latina. Foi eleita presidente do Chile em 2006, para um mandato de quatro anos, sucedendo ao ex-presidente Ricardo Lagos.

Ídolos, títulos e artilharia

Ídolos, títulos e artilharia
O Chile teve jogadores com passagens marcantes pela seleção. A maioria deles atuou no meio-campo e no ataque. Porém, um dos principais atletas foi o arqueiro Roberto Rojas. Mesmo tendo manchado sua carreira com a farsa encenada no Maracanã, Rojas foi eleito pela imprensa chilena como o melhor goleiro de todos os tempos.

Outro jogador de defesa muito lembrado pelos chilenos é Elías Figueroa. O zagueiro, que defendeu o Internacional de Porto Alegre, atuou durante 16 anos pela seleção e disputou 70 partidas.



Artilharia


O maior artilheiro da história da seleção chilena é Marcelo Salas. O atacante marcou 37 gols em 70 partidas disputadas pelo Chile. Ao lado de Zamorano, Salas formou a dupla de ataque mais importante da La Roja.


Em relação ao ataque, o Chile tem boas lembranças de alguns jogadores. Leonel Sánchez é um deles. Considerado um dos melhores atletas chilenos, o atacante marcou 23 gols em 84 jogos e foi um dos artilheiros da Copa do Mundo de 1962.


Cortesia da Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile



Da safra mais recente, a dupla Zamorano e Salas é muito recordada pelos chilenos. Os dois, conhecidos pelos torcedores como Sa-Za, marcaram juntos 71 gols pelo Chile.

A dupla de destaque atual é formada por Valdívia, que teve boa passagem pelo Palmeiras, e Humberto Suazo, artilheiro das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 com 10 gols.



Curiosidades


- A Copa do Mundo de 1962, disputada no Chile, quase teve sua localização alterada, devido a um terremoto ocorrido no país dois anos antes.

- Um jogador chileno já foi o goleador de uma Copa. No Mundial de 1962, quando o país foi sede, Leonel Sánchez marcou quatro gols e, ao lado de Garrincha e Vavá, do Brasil, Florian Albert, da Hungria, Dragan Jerkovic, da Iugoslávia, Valentin Ivanov, da Rússia, foi o artilheiro da edição.

- O Chile se classificou na repescagem para a Copa do Mundo de 1974, mas não teve adversário. Isso porque a seleção russa, que deveria enfrentar os sul-americanos, desistiu da partida em território chileno por não reconhecer o governo do ditador Augusto Pinochet. Além disso, os russos diziam que o estádio Nacional, local da partida, era utilizado como prisão política. Na ocasião, o Chile entrou em campo sem rival e marcou um gol contra a meta vazia, que rendeu a classificação para o Mundial. O primeiro jogo disputado na Rússia terminou empatado
.

UNIFORME


quarta-feira, 23 de junho de 2010

SELEÇÃO CHILENA


Nome Posição

Claudio Bravo
Goleiro
Espanha
Real Sociedad
Miguel Pinto
Goleiro
Chile
Universidad de Chile
Ismael Fuentes
Zagueiro
Chile
Universidad Católica
Waldo Ponce
Zagueiro
Argentina
Vélez Sársfield
Arturo Vidal
Zagueiro
Alemanha
Bayer Leverkusen
Gary Medel
Zagueiro
Argentina
Boca Juniors
Gonzalo Jara
Zagueiro
Inglaterra
West Bromwich Albion
Osvaldo González
Zagueiro
Chile
Universidad de Chile
Mauricio Isla
Zagueiro
Itália
Udinese
Roberto Cereceda
Meio Campo
Chile
Colo Colo
Rodrigo Millar
Meio Campo
Chile
Colo Colo
Claudio Maldonado
Meio Campo
Brasil
Flamengo
Gonzalo Fierro
Meio Campo
Brasil
Flamengo
Jorge Valdivia
Meio Campo
=Emirados Árabes Unidos
Al Ain
Rodrigo Tello
Meio Campo
Turquia
Besiktas
Manuel Iturra
Meio Campo
Chile
Universidad de Chile
Carlos Carmona
Meio Campo
Itália
Reggina
Matías Fernández
Meio Campo
Portugal
Sporting
Alexis Sánchez
Atacante
Itália
Udinese
Humberto Suazo
Atacante
México
Monterrey
Esteban Paredes
Atacante
Chile
Colo Colo
Héctor Mancilla
Atacante
México
Toluca
Jean Beausejour
Atacante
México
Ame



Demografia

História

Os primeiros europeus a chegarem na terra que é hoje o Chile foi o grupo liderado por Diego de Almagro, o Velho. A primeira cidade fundada pelos europeus nessa região povoada pelos incas foi Santiago, em 1541.

A proclamação da república do Chile ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1818.

Durante o período das presidências do Partido Radical (1938-1952), o Estado chileno aumentou sua participação na economia nacional. Em 1952, após três presidências radicais (Pedro Aguirre Cerda (1938-1941), Juan Antonio Ríos (1942-1946) e Gabriel González Videla (1946-1952), retornou à Presidência o general Carlos Ibáñez del Campo, que havia sido ditador do Chile entre 1927 e 1931. Jorge Alessandri sucedeu Ibáñez em 1958, derrotando o socialista Salvador Allende por uma estreita margem de votos.

As eleições presidenciais de 1964 levaram à presidência o fundador do Partido Democrata Cristão (PDC), Eduardo Frei Montalva, que derrotou o socialista Allende e o radical Julio Durán. Frei governou com o slogan "Revolución en Libertad", pondo em prática um programa de reformas sociais e econômicas que, entre outras medidas, contemplou reformas no sistema educacional, construção de casas populares, sindicalização dos trabalhadores rurais e reforma agrária. No entanto, a partir de 1967 Frei encontrou uma crescente oposição por parte dos setores mais à esquerda, que o acusavam de ser tímido nas reformas, bem como uma forte oposição dos setores mais conservadores, que achavam tais reformas excessivas.

Em 11 de setembro de 1973, o presidente democraticamente eleito em 1970, Allende sofreu um golpe de estado e o general Augusto Pinochet assumiu o governo, instaurando uma ditadura que iria perdurar por dezessete anos, sendo sucedido pelo civil Patricio Aylwin, proeminente membro do PDC.

Em 1994, foi eleito presidente Eduardo Frei Ruiz-Tagle, filho do presidente Eduardo Frei Montalva e também filiado ao PDC que entregou o poder seis anos depois a Ricardo Lagos, do Partido Socialista do Chile, mesmo partido de Salvador Allende.

Nas eleições de 2005, os chilenos escolheram como Presidente Michelle Bachelet, primeira mulher no cargo e filha de um ativista torturado e morto pelo regime de Pinochet, dando continuidade desde a redemocratização do país no governo de centro-esquerda. Seu mandato será mais curto que o de seus antecessores, devido a reformas na Constituição local.

No dia 27 de fevereiro de 2010, um forte terremoto de 8,8 pontos na escala de Richter atinge a região central do país provocando centenas de mortes e ativando alertas de tsunamis na costa do Pacífico.

Demografia

O censo de 2002 do Chile relatou uma população de 15.116.435 habitantes. A taxa de crescimento da população do país tem vindo a diminuir desde 1990, devido ao decçínio da taxa de natalidade em declínio.[12] Em 2050 a população deverá atingir cerca de 20,2 milhões de pessoas.[13] Cerca de 85% da população do país vive em áreas urbanas, com 40% vivendo na Grande Santiago. As maiores aglomerações de acordo com o censo de 2002 são a Grande Santiago, com 5,6 milhões de pessoas, Grande Concepción, com 861.000, e Grande Valparaíso, com 824.000.[14]

Cidades mais populosas do Chile
Posição Cidade Região População Posição Cidade Região População

Stgo Abril.jpg
Santiago
12. Plaza de Puente Alto.jpg
Puente Alto
Costa Viña.jpg
Viña del Mar

1 Santiago Metropolitana de Santiago 4 656 690 11 Arica Tarapacá 175 441
2 Puente Alto Metropolitana de Santiago 492 603 12 Iquique Tarapacá 164 396
3 Viña del Mar Valparaíso 286 931 13 Talcahuano Bío-Bío 161 692
4 Antofagasta Antofagasta 285 255 14 Puerto Montt Los Lagos 153 118
5 Valparaíso Valparaíso 263 499 15 Coquimbo Coquimbo 148 434
6 San Bernardo Metropolitana de Santiago 237 708 16 La Serena Coquimbo 147 815
7 Temuco Araucanía 227 086 17 Chillán Bío-Bío 146 701
8 Concepción Bío-Bío 212 003 18 Osorno Los Lagos 132 245
9 Rancagua O'Higgins 206 971 19 Valdivia Los Lagos 127 750
10 Talca Maule 189 505 20 Quilpué Valparaíso 126 893

Clima

O clima do Chile compreende uma ampla gama de condições climáticas em grande escala geográfica, estendendo-se através de 38 graus de latitude, tornando difícil generalizar. Segundo o sistema Köppen, o Chile abriga dentro de suas fronteiras, pelo menos, sete subtipos climáticos, que variam do deserto no norte, a tundra alpina e geleiras no leste e sudeste, subtropical úmido na Ilha de Páscoa, Oceânico no sul e Mediterrânico no centro. Há quatro temporadas na maior parte do país: verão (dezembro a fevereiro), outono (março a maio), o inverno (junho a agosto) e primavera (setembro a novembro).

Etnias

A população chilena é principalmente branca de origem europeia, 95% da população.[15] [16] [17] [18] [19] O país é relativamente homogénea, tem uma identidade nacional, popularmente conhecido como chilenidade.

Uma descrição pormenorizada da etnia mostra que 52,7% (8.8 milhões) - 90% (15 milhões) da população são descendentes de europeus.[20] [16] Outro estudo que analisou o genótipo mostrou que 30% da população é classificada como caucasica descendentes directos dos europeus e 65% (brancos-mestiços), com um fenótipo branco.[21]

Segundo o Censo 2002, apenas 3,2% da população chilena são ameríndios.[20]

Religião

Igreja católica em Achao, na ilha Quinchao.

No censo mais recente (2002), 70 por cento da população acima de 14 anos se identificou como católicos romanos e 15,1 por cento como evangélicos. No censo, o termo "evangélico" se refere a todas as igrejas cristãs não-católicas, com excepção da Igreja Ortodoxa (do grego, persa, sérvio, ucraniano e armênio), da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), dos Adventistas do Sétimo Dia e das Testemunhas de Jeová. Aproximadamente 90 por cento dos evangélicos são pentecostais. As igrejas Luterana, Evangélica Reformada, Presbiteriana, [[Igreja Anglicana|Anglicana, Episcopal, Batista e a Metodista também estão presentes.[41] Pessoas sem religião, ateus e agnósticos, são responsáveis por cerca de 8% da população do país.

A Constituição prevê a liberdade de religião, e outras leis e políticas contribuem para a prática livre da religião em geral. A lei protege a todos os níveis desse direito, de forma plena contra o abuso de agentes governamentais ou privados.[41]

Igreja e Estado estão oficialmente separados. A legislação de 1999 sobre a religião proíbe a discriminação religiosa, no entanto, a Igreja Católica goza de um estatuto privilegiado e, ocasionalmente, recebe tratamento preferencial. Os funcionários do governo participam de eventos católicos e também de grandes cerimônias protestantes e judias.[41]

O Natal, a Sexta-Feira Santa, a Festa de Nossa Senhora do Carmo, a Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, a Festa da Assunção, Todos os Santos, e a Festa da Imaculada Conceição são feriados nacionais.[41] O governo declarou recentemente o dia 31 de outubro como o Dia da Reforma, um feriado nacional em honra das igrejas protestantes do país.[42][43]

Política

Palácio de La Moneda, em Santiago, sede do governo chileno.

A atual Constituição do Chile foi aprovada em um plebiscito nacional altamente irregular em setembro de 1980, sob o governo militar de Augusto Pinochet, entrando em vigor em março 1981. Após a derrota de Pinochet no plebiscito de 1988, a Constituição foi alterada para facilitar as disposições para futuras alterações à Constituição. Em setembro de 2005, o presidente Ricardo Lagos assinou, em lei, várias emendas constitucionais aprovadas pelo Congresso. Estas incluem a eliminação de cargos de senadores nomeados e senadores vitalícios, que concede ao presidente a autoridade para remover os comandantes-em-chefe das forças armadas, e reduzir o mandato presidencial de seis para quatro anos.[44]

Os chilenos votaram no primeiro turno das eleições presidenciais em 13 de dezembro de 2009. Nenhum dos quatro candidatos presidenciais obteve mais de 50% dos votos. Como resultado, os dois candidatos mais votados, pela Concertación de Partidos por la Democracia, Eduardo Frei Ruiz-Tagle, e pela Coalición por el Cambio, Sebastián Piñera, concorreram em uma eleição de segundo turno em 17 de janeiro de 2010, vencida por Sebastián Piñera. Essa foi quinta eleição presidencial do Chile desde o fim da era Pinochet. Todas as cinco foram consideradas livres e justas. O presidente está constitucionalmente impedido de exercer mandatos consecutivos.

Forças armadas

As forças armadas do Chile, estão sujeitas ao controle civil exercido pelo presidente através do Ministro da Defesa. O presidente tem autoridade para remover os comandantes-em-chefe das forças armadas.[4]

O comandante em chefe do Exército chileno é o general Juan Miguel Fuente-Alba Poblete. O exército do país tem uma força de 45.000 soldados e é organizado com um quartel general do Exército em Santiago, sete divisões ao longo do seu território, uma brigada aérea em Rancagua e um Comando das Forças Especiais, em Colina. O Exército chileno é um dos mais profissionais e tecnologicamente avançados exércitos da América Latina.[4]

A fragata chilena Almirante Blanco Encalada (FF-15).

O almirante Edmundo Gonzalez Robles dirige a Marinha chilena com 21.773 pessoas,[46] incluindo 2.500 fuzileiros navais. Da frota de 29 navios de superfície, apenas oito são fragatas. Esses navios são baseados em Valparaíso.[47] A Marinha opera seus próprios aviões para o transporte e patrulha; não há caças ou bombardeiros da marinha. A Marinha também opera quatro submarinos com base em Talcahuano.[4][48]

O general Ricardo Ortega Perrier dirige 12.500 pessoas na Força Aérea Chilena. Os meios aéreos estão distribuídas em cinco brigadas aéreas sediada em Iquique, Antofagasta, Santiago, Puerto Montt e Punta Arenas. A Força Aérea opera também uma base aérea na ilha Rei George, na Antártida. A Força Aérea comprou 10 F-16s, todos comprados dos Estados Unidos, em março de 2007. O Chile também teve a entrega em 2007 de uma série de 15 caças F-16 recondicionados dos Países Baixos, elevando para 18 o total de F-16s comprados dos holandeses.[4]

Após o golpe militar em setembro de 1973, a polícia chilena (Carabineros) foram incorporados ao Ministério da Defesa. Com o retorno de um governo democrático, os policiais foram colocados sob o controle operacional do Ministério do Interior, mas permaneceu sob o controle nominal do Ministério da Defesa. O Gen. Eduardo Gordon é o chefe da polícia nacional com 40.964[49] homens e mulheres que são responsáveis pela aplicação da lei, a gestão do tráfego, a contenção de narcóticos, controle de fronteiras e luta contra o terrorismo em todo o Chile.[4]

Relações internacionais

A ex-Presidente do Chile, Michele Bachelet, em uma cerimônia de inauguração em Valparaíso com outros líderes sul-americanos.

Desde as primeiras décadas após a independência, o Chile sempre teve uma participação ativa nos assuntos externos. Em 1837, o país de forma agressiva desafiou o domínio do porto de Callao no Peru para a preeminência nas rotas comerciais do Oceano Pacífico, derrotando a aliança de curta duração entre o Peru e a Bolívia, a Confederação Peru-Boliviana (1836-1839) na Guerra da Confederação. A guerra dissolveu a confederação e a distribuição do poder no Pacífico. A segunda guerra internacional, a Guerra do Pacífico (1879-1883), aumentou ainda mais o papel regional do Chile, enquanto a contribuiu consideravelmente para o seu território.[50]

Durante o século XIX, os laços comerciais do Chile foram principalmente com o Reino Unido, um país que teve uma influência decisiva sobre a organização da marinha do país. Os franceses influenciaram os sistemas legal e educacional do Chile, e tiveram um impacto decisivo sobre o país, através da arquitetura da capital nos anos de boom na virada do século. A influência alemã veio da organização e do treinamento do exército por prussianos.[50]

Em 26 de junho de 1945, o Chile participou como membro fundador das Nações Unidas por estar entre os 50 países que assinaram a Carta das Nações Unidas em São Francisco, Califórnia, Estados Unidos.[51][52][53] Com o golpe militar de 1973, o Chile tornou-se isolado politicamente, como resultado de violações generalizadas dos direitos humanos.[50]

Desde o seu regresso à democracia em 1990, o Chile tem sido um participante ativo na arena política internacional. O país completou uma posição não-permanente de 2 anos no Conselho de Segurança da ONU em janeiro de 2005. Jose Miguel Insulza foi eleito secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, em maio de 2005. Chile está servindo atualmente no Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e o presidente do conselho de 2007-2008 é o embaixador do Chile para a AIEA, E. Milenko Skoknic. O país é membro ativo das agências da ONU e participa de atividades de manutenção da paz das Nações Unidas. O Chile sediou a cúpula da APEC em 2004. Ele também organizou a Comunidade das Democracias ministerial em Abril de 2005 e da Conferência Ibero-americana em novembro de 2007. Membro associado do Mercosul, membro da UNASUL e membro de pleno direito da APEC, o Chile tem sido um importante ator internacional sobre questões econômicas e de livre comércio.[4] Em 2010, o Chile foi aceito como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Governo chileno mantém relações diplomáticas com a maioria dos países. Resolveu suas disputas territoriais com a Argentina durante a década de 1990. O país e a Bolívia romperam laços diplomáticos em 1978, pelo desejo da Bolívia em readquirir território perdido para o Chile na Guerra do Pacífico. Os dois países mantêm relações consulares e são representados ao nível de Cônsul-geral.[4].

Cultura

[editar] Literatura

Os chilenos chamam seu país de "país de poetas".[67][68] Gabriela Mistral foi a primeira chilena a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura (1945). O mais famoso poeta chileno, no entanto, é Pablo Neruda, que também ganhou o Prêmio Nobel de Literatura (1971) e é mundialmente conhecido por sua extensa bibliografia de obras sobre romance, natureza e política. Suas três casas altamente personalizadas, localizado em Isla Negra, Santiago e Valparaíso são destinos turísticos populares.

Entre a lista de outros poetas chilenos estão Carlos Pezoa Véliz, Vicente Huidobro, Gonzalo Rojas, Isabel Allende e Nicanor Parra. O romance O Pássaro Obsceno da Noite do romancista José Donoso é considerado pelo crítico Harold Bloom como uma das obras canônicas da literatura ocidental do século XX. Outro escritor chileno reconhecido internacionalmente é Roberto Bolaño, cuja traduções para o inglês tiveram uma excelente recepção da crítica.[69][70][71

Esportes

O esporte mais popular do Chile é o futebol. O Chile tem se classificou para sete Copas do Mundo FIFA, que inclui a Copa do Mundo FIFA de 1962, sediada no país, onde a seleção nacional de futebol terminou em terceiro. Outros resultados alcançados pela selecção nacional de futebol incluem quatro finais na Copa América, uma medalha de prata e duas de bronze nos Jogos Pan-americanos, uma medalha de bronze nas Olimpíadas de 2000 e dois terceiro lugares nos torneios FIFA Sub-17 e sub- 20. Os principais clubes de futebol são o Colo-Colo, Universidad de Chile e Universidad Católica. O Colo-Colo é um clube de futebol do país mais bem sucedido, tendo mais campeonatos nacionais e internacionais, incluindo a cobiçada Copa Libertadores da América, o torneio de clubes sul-americanos. O Universidad Católica foi o último campeão internacional (Copa Interamericana de 1994).

O tênis é o esporte mais bem sucedido do país. Sua equipe nacional venceu o torneio World Team Cup duas vezes (2003 e 2004), e jogou a final da Copa Davis contra a Itália em 1976. No Jogos Olímpicos de Verão de 2004 do país ganhou ouro e bronze no individual masculino e ouro em duplas masculinas. Marcelo Ríos se tornou o primeiro latino-americano a alcançar o primeiro lugar no ranking individual da ATP em 1998. Anita Lizana venceu o US Open em 1937, tornando-se a primeira mulher da América Latina a ganhar um torneio de Grand Slam. Luis Ayala foi duas vezes vice-campeão no Aberto da França e Ríos e Fernando González chegaram ao final do Australian Open.

O Rodeio do Chile é um esporte único do Chile e um dos esportes mais populares do país.

Nos Jogos Olímpicos, o Chile possui duas medalhas de ouro (tênis), sete medalhas de prata (atletismo, equitação, boxe, tiro e tênis) e quatro medalhas de bronze (tênis, boxe e futebol). O Rodeio do Chile é o esporte nacional do país e é praticado em zonas mais rurais do país. Um esporte semelhante ao hóquei chamado chueca era jogado pelo povo mapuche durante a conquista espanhola. O esqui e o snowboard são praticados em centros de esqui localizada nos Andes Centrais, e em centros de esqui do sul perto de cidades como Osorno, Puerto Varas, Temuco e Punta Arenas. O surfe é popular em algumas cidades costeiras. O polo é praticado profissionalmente no Chile e em 2008 o Chile alcançou o prêmio máximo no Campeonato do Mundo de Polo, um torneio em que o país ganhou dois segundo e terceiro lugares em edições anteriores. O basquetebol é um esporte popular no qual o Chile ganhou uma medalha de bronze no Campeonato Mundial de Basquetebol da FIBA, realizado em 1950, e ganhou uma medalha de bronze quando o Chile sediou Campeonato Mundial de Basquetebol de 1959. O Chile sediou o primeiro Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino, em 1953, terminando o torneio com a medalha de prata. Outros esportes, como maratonas e ultramaratonas também estão aumentando em popularidade. Do Chile, San Pedro de Atacama é o anfitrião anual do "Atacama Crossing", uma das seis fases de corrida a pé de 250 quilômetros, que atrai anualmente cerca de 150 concorrentes de 35 países.